O chamado da rua

Através das redes sociais, vide Twitter e Facebook vi o chamado de um colega de profissão (@herdeirodocaos) para colaborar, de forma voluntária, da organização da Marcha da Liberdade, evento que aconteceria em menos de uma semana e de forma simultânea em diversas cidades do Brasil. Topei na mesma hora, fui para reunião, escrevemos textos, divulgamos para toda a imprensa e pelos quatro cantos da cidade.

Por que entrei de cabeça num projeto como esses? Por que trabalhar sem ganhar “nada” em troca? Por que me expor dessa maneira?
As respostas estão muito claras na minha cabeça. O sangue que corre nas minhas veias é o mesmo que me vem nos olhos quando vejo a polícia bater em inocentes, quando vejo um negro ser excluído, um ser humano indefeso ser violentado, um cidadão ser proibido de casar com quem bem entender.

Jamais quero ser politicamente correta, mas quero me tornar uma pessoa cada vez menos hipócrita, para dar uma educação melhor a meu filho (caso venha a ter um) e não torná-lo mais um agressor, mais um a cometer bullyng com o coleguinha da escolha. Quero prepará-lo, para caso aconteça o contrário, e ele for a vítima, tenha as melhores “cartas na manga” para não sair ferido de um embate ideológico.

E então chegou o sábado, dia 18 de junho de 2011. Conforme combinado cheguei mais cedo para ajudar na confecção dos cartazes. Aos poucos, o povo foi chegando, cada um com a bandeira que defende ou vestindo a camisa de seu “partido”. Essa não foi a Marcha da Maconha como muitos pensaram, mas os que defendem a legalização também estavam lá, e por que não?

Me orgulho por ter feito parte dessa pequena revolução, que chamou a atenção de poucos, mas acredito que esse é o caminho para uma mudança. Foi muito bom colaborar e conseguir reunir aproximadamente 100 pessoas numa manifestação. Ainda é pouco, mas já é um passo.

Do meio da marcha vi pessoas aplaudindo da janela de suas casas. Vi motoristas buzinando e apoiando a causa da Marcha da Liberdade de Expressão, mas ainda falta muita gente sair de casa e ir para as ruas, tentar mudar um pouco a sua história. Afinal, quem é o Estado para dizer o que devemos fazer? Um pai severo?

Algumas fotos: http://www.flickr.com/photos/leomonteirophotos/sets/72157626994386650/
Mais fotos: http://www.flickr.com/photos/marpimenta/

Tudo certo

De uma forma ou de outra, as coisas por mais impossíveis que pareçam sempre se resolvem para mim. Diversas situações sem saída encontram a luz no fim do túnel e eu me considero sortuda, graças a Deus.

Isso é só para explicar que eu já resolvi minha situação com meu cachorro. Tudo foi possível graças a minha irmã que aceitou a agradável companhia do meu filhote lindo, carinhoso e semi-educado. Depois de muito chororô consegui que Mariana viesse morar no prédio vizinho ao meu e agora eu estou ainda mais próxima do meu dog. Antes e depois do trabalho levo ele para passear. Então para ele ficou ainda melhor e para mim também, que além de estar perto da minha hermana, também estou com Pípi. Obrigada a todos pela torcida!