Insônia

Escuto o som da chuva lá fora. Paro, presto atenção com mais calma e percebo que não passava de uma vontade. Vontade enganada pelos ruídos da noite. Era o vento que soprava e balançava as folhas das árvores. A chuva era ilusão de uma cabeça sem sono.

Mais cachorros

Lembra do meu cachorro novo que adotamos e contei a chegada dele aqui? Pois é, ele cruzou e virou pai de quatro lindos cachorrinhos. Nós fizemos questão de acompanhar o parto da fêmea que é da mesma raça, já que minha tia, que é a dona, não tem experiência e passa muito tempo fora de casa. Sammy veio para o apartamento302 uma semana antes de parir e está aqui até hoje, período de quase dois meses, até o desmame e as primeiras vacinas dos filhotes.

Sammy amamentando os filhotes

Sammy amamentando os filhotes

Para não tumultuar, meus dois cachorros machos foram para a casa da minha irmã, aqui pertinho e assim, damos assistência a todo mundo.

Quem me encontrou nesses últimos dias, a palavra que mais saia da minha boca era “cachorro”. Minha vida tem sido limpar coco e xixi, bater ração de filhotes e misturar com água morna para preparar a papinha dos babys, lavar caminhas e panos, noites sem dormir, já que eles trocam o dia pela noite, dentre outras atividades corriqueiras da área canina.

Horas “perdidas” entre brincadeiras, fotos de cada movimento deles ou somente observando essas coisinhas pequenas crescerem diante dos meus olhos fizeram com que eu me transformasse numa boba chorona a cada vez que eu me lembro da realidade de que eles terão de ir embora.

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Super mulher

Desde pequenos aprendemos a dividir tarefas. E certas ações cabem ao homem e outras são exclusivas para mulheres. Até nas famílias moderninhas, quem troca o bujão de gás é o papai e quem passa a roupa é a mamãe, salvo raras exceções.

Bem cedinho, também aprendi a defender meus direitos de mulher e a lutar pela igualdade em todos os sentidos. Dividir contas e dividir tarefas domésticas andam de mãos dadas.

Nunca perguntei, mas agora bateu a curiosidade para saber como meu marido se comportou em casa sozinho durante minha viagem de férias esse ano. Cuidar das plantas, dos panos de chão e de pratos separadamente, trocar lençóis e fronhas, lavar toalhas, passar camisa…

Agora me vejo do outro lado. A barata que nunca apareceu por aqui e resolve fazer uma visita logo agora, é ficha pequena perto de uma resistência de chuveiro elétrico que queima, da ração de 12 quilos que precisa ser comprada para os cachorros, os itens do supermercado que devem ser levados de escada para o terceiro andar e todas as tarefas que eram divididas serão feitas apenas por mim até o término das férias do marido.  Vamos ver o que acontece 😉

Sem planejar e …

Sem planejar e para obedecer a vontade daquele momento, escolheu um dia atribulado para jogar tudo pra cima. Esqueceu que hoje era dia de faxina e deixou a casa completamente bagunçada. Não abriu e-mails, não ouviu o celular tocar. Passou da hora de comer e optou por todas as besteiras encontradas na geladeira. Dormiu às 13 horas e acordou renovada às 17 e continuou esquecendo que o mundo existe. A camisola foi o figurino para o dia inteiro. Amanhã as coisas entram novamente no eixo, afinal de contas, fugir de vez em quando é bom, ela indica.

dormir para quê?

Para uns quando a idade chega é hora de desacelerar mais, dormir mais e viver a vida de uma forma mais saudável. Para outros, e nessa eu me incluo, a melhor forma de aproveitar é vivendo. Cada dia mais eu tenho dormido menos e vivido de um jeito cada vez mais corrido. Acho que quero continuar nesse ritmo e assim eu vou mudando as regras do jogo.

Claro que dormir rejuvenesce, mas há mais ou menos dois anos tenho pensado que dormir é uma grande perda de tempo. Me aproximando da casa dos trinta aí então é que a reflexão bate.

Depois disso tudo, agora eu descobri que eu sou da noite. Talvez eu sempre tivesse sido, mas não atentei para isso. Na noite é que eu produzo, me inspiro, fico com um humor ótimo e nessa agitação toda é que fica difícil de dormir.

Por outro lado, pago um preço alto por essa minha ânsia de ganhar tempo. Posso ser vista cochilando em ônibus, bocejando loucamente às três da tarde e apagando literalmente quando de fato me deito para dormir.

Como disse uma amiga minha uma certa feita, “deixa para descansar quando morrer” e acho que o caminho é bem por aí. Enquanto eu tiver saúde e energia para me movimentar, organizar coisas, bagunçar, comer, beber, navegar na internet até altas horas, namorar e só se preocupar com o amanhã quando o amanhã chegar, para mim está valendo.

Meu passado era bem diferente

Na adolescência achava primordial ficar morgada na cama. Faltava aula porque não aguentava acordar cedo e já bati com a cara do portão da escola diversas vezes por causa de atrasos. Como a vida muda…

Desde outrora acordar cedo para mim era como um sacrifício extremo e nas primeiras horas da manhã era muito difícil ouvir minha voz. Mau humor absoluto.

Aquela velha historinha de ter que dormir oito horas por dia ficou para trás. Para a vida ficar ainda mais linda para mim, só falta adequar meu organismo com as obrigações do trabalho. Rezo para chegar um dia onde eu possa fazer meu horário e plim, tudo resolvido.

Mesa reformada

Desde que eu soube que ia me mudar virei a louca da livraria. Livros cujos temas variavam desde culinária, passando por algo como tirar manchas de roupas, quebra galhos para uma dona de casa iniciante e assinatura de revistas de decoração simples, acessos neuróticos a sites especializados no mundo encantado das organizações domésticas, organização de guarda-roupa, armários e uma gama infinita de assuntos que essa minha mente captou por alguns meses de busca ensandecida neste Google.

Não queria fazer feio e já que gosto de consumir informação desse jeito desenfreado…

Essa justificativa toda é para chegar em um desses sites que me inspiraram que é o Casa de Colorir. A garota transforma lixo em coisas lindas para sua casa, reforma móveis velhos de uma forma tão simples que eu ficava me sentindo o pior dos seres humanos sem conseguir colocar a mão na massa para fazer nada.

Daí, que outro dia Leonardo resolveu trazer uma mesa de madeira crua, que ficava no antigo quarto dele, na casa dos pais para utilizar como a mesa do computador e foi assim que surgiu a oportunidade da tão sonhada reforma de um móvel. Léo teve todo o mérito. Lixou, pintou (várias mãos) e carregou pela cidade um tampo de vidro.

Veja as imagens da transformação:

Limpar e lixar

Lixar, lixar e lixar

Gran Finale

Mesa nova com direito a ilustração e tampo de vidro

Materiais utilizados:

* Tinta acrílica branca

* Lixa

* Tampo de vidro

* Imagem de papel da sua preferência

* 4 tachinhas para segurar o vidro

Obs: para esta mesa foi necessária a aplicação de diversas mãos de tinta. É necessário pintar, dar um tempo para secar e pintar novamente.

Mais alegria por aqui

Tinha combinado comigo, e já faz um tempinho, de falar do novo morador do apartamento 302, mas estou com mais tarefa do que o comum e tempo tá me faltando mesmo. Vamos lá, a nova pessoinha que chegou para preencher esse lar com mais alegria se chama Jason, um cachorrinho da raça Jack Russel Terrier.

Já fazem dois meses que ele está aqui conosco para se juntar ao nosso amado poodle Pipi e para completar o time canino, pelo menos até segunda ordem.

Apesar de amar animais e querer todos os bichos do mundo, nossa ideia de ter outro cachorro era algo bem para frente, quando a gente tivesse um espaço maior e sem nenhum outro tipo de problema causado por síndico, vizinhos…

Mas Jason apareceu em nossas vidas e não conseguimos pensar em mais nada, só no tanto de carinho e brincadeiras reservados para ele.

Ele já está totalmente à vontade e está numa fase típica de filhotes. Como uma “mãe” experiente que sou já sabia da possibilidade de ter pertences lascados, não encuquei tanto. Tudo guardado nos seus devidos lugares, mas num vacilo e outro o danadinho deu perda total em um sapato, três sandálias e destruiu uma parte da caminha do outro cachorro, madeira, tapete e acreditem, um pedaço da parede.

Toda essa traquinagem tem data de validade e o negócio é educar e ter paciência que logo passa. Enquanto isso, nós seguimos amando e nos divertindo com esse pequeno que já tomou conta dos seus donos e do seu novo “irmãozinho”, Pipi.

A pessoa aqui do prédio que criou problemas na chegada do primeiro cachorro resolveu nos esquecer. Simplesmente estamos agindo como se nada tivesse acontecido. Até agora tudo tranquilo.

Se melhorar estraga

Além do meu trabalho de assessora de imprensa, estou escrevendo para uma revista que circula em Lauro de Freitas e região metropolitana. Tinha recebido a pauta, estava dando prosseguimento de forma tranquila, já que tinha um prazo aceitável para entregar tudo. Sexta-feira minha editora me liga: “Milena, minha filha, eu estava enganada. O mundo vai mesmo acabar e já tem data marcada. A revista precisa ir para gráfica dia 25”.

Essa relação com o fim do mundo tem a ver com a edição da revista de dezembro que desmistificamos o fim do mundo e esse fim do mundo que a editora se refere é o meu, o nosso fim, caso não tenha todas as matérias prontas para a revista ser diagramada e enviada para gráfica daqui a quatro dias.

O resultado foi uma corrida louca. Sai do trabalho na sexta-feira e fui bater na porta de minhas fontes, jogando um agá daqueles. Fiz o que pude, voltei para casa com anotações para todos os lados e comecei preparar os textos com o que tinha em mãos. O sábado foi da mesma forma. Adeus faxina, cara no computador e dedos nervosos no telefone.

Para completar meu dia, tive de participar de uma neurótica reunião de condomínio, mas fechei em alto estilo, fazendo uma pizza bem gostosinha, que posso postar a receita aqui em outra ocasião.

No final das contas, eu acabo sempre percebendo que amo o que faço, que adoro esse ritmo frenético que minha vida tomou e que sempre aprendo, conheço gente, me divirto. Claro que não é fácil escrever e nos intervalos entre uma matéria e outra, preparar algo para o almoço, ligar para o pet shop para ver o banho do cachorro, atender um pedido do marido, que conhece e entende esse processo e facilita um bocado, ir para a reunião do condomínio e preparar um pizza para comer de boa, enquanto troca ideias com seu amado. Mas tá ruim?

A sobremesa que agradou a geral

Para mim a sobremesa é mais importante do que o almoço. Brincadeira, mas valorizo um docinho após a refeição e como eu recebi gente pra lá de legal aqui em casa neste final de semana – e uma delas é viciadinha em doces que nem eu – pesquisei na internet algo rápido, diferente, gostoso e com os materiais que eu tinha em casa. Não foi fácil encontrar algo que atendesse todas as minhas expectativas.

Como eu tenho mania de enviar receitas para meu e-mail, salvar tudo de bom que vejo, na barra de favoritos do computador e guardar nos arquivos das redes sociais. É uma completa bagunça, mas sai fuçando tudo que tinha e não é que achei.

A pedida para a sobremesa foi Torta Rápida de Limão. Sem modéstia, mas não poderia ter escolhido nada melhor. Tinha os ingredientes, não me tomou tempo quase nenhum e ainda ficou uma delícia.

A receita é do site Cybercook que eu tinha guardado em abril do ano passado. Anote aí:

Ingredientes:

1 e meio pacote de biscoito maisena

Quanto baste de margarina – eu usei manteiga

Recheio

1 lata de leite condensado

1 lata de creme de leite

2 unidades de limão espremido – Coloquei três limões para ficar mais azedinho

Modo de preparo:

Triture as bolachas no liquidificador até virar uma farinha. Numa forma redonda de vidro, jogue a bolacha juntamente com a margarina (por volta de 6 a 8 colheres de sopa) até o ponto de poder modelar a massa no fundo e nas bordas da forma. Com um garfo, faça furinhos na massa e coloque no forno por cerca de 10 minutos. Reserve.

Recheio

Bata todos os ingredientes no liquidificador e, após a massa esfriar, jogue-o todo por cima e o enfeite com raspas de limão. Deixe na geladeira por, no mínimo, 2 horas.

Esta sobra também não durou muito

Aniversário daqui

 

Para o bem ou para o mal, a realidade é que este blog completou um ano. Com bem menos atualizações do que o plano inicial, com bem mais visitas do que o esperado.

Sem planejamento algum, só tinha definido na minha mente que iria expor um pouco da experiência de morar num local novo. Claro que isso não foi para frente, fugi do tema “dona de casa” como o cão foge da cruz.

Amo fazer coisinhas domésticas, mas não estava desenvolvendo, o texto não saia e olha que material para escrever existe. Contudo, acredito que a crise existencial passou e depois de um ano no apartamento 302 já me sinto mais segura para dividir com meus visitantes, que os números cabem na palma de uma mão, as asneiras que venho cometendo.

Claro que isso não quer dizer que eu passei a falar só sobre coisas de dona de casa. Estou longe disso, mas me sinto no direito de compartilhar algumas situações vividas que podem ser úteis ou não para outros loucos inexperientes que nem eu.

Pode não parecer, mas tenho um carinho enorme por este blog, mas ainda pretendo mantê-lo aqui, discreto, só para os mais chegados.

Chegue mais!