No ritmo dos balanços

2011 será um ano marcante para mim. Jamais poderei esquecer um ano tão movimentado, cheio de mudanças, ao pé da letra. Mas no geral foi um ano bom, produtivo e de certa forma feliz. Não troquei meus óculos, mas comprei um útil binóculo, que me ajudou a ver de perto os flamingos que se banhavam nas lagunas coloridas da Bolívia. Não comprei um carro, mas fui muito corajosa andando de ônibus, barco, a pé e de avião pelas mais lindas rotas por aí a fora.

Sabe, 2011 me permitiu realizar muito mais do que estava previsto na minha listinha de prioridades. Sem planejar, eu me deparei com uma mulher mais segura das suas vontades, mais ousada e mais madura, encarando desafios inimagináveis.

No ano em questão aconteceram mudanças gradativas e radicais. As gradativas ainda estão ocorrendo. Mesmo tendo me mudado em outubro de 2010, a ficha de fato só começou a cair com o passar dos dias ou talvez meses. Além de ir me adaptando aos pouquinhos a conviver debaixo do mesmo teto com alguém que não é meu pai, minha mãe, nem minha irmã, aprendi a dividir despesas, assumir novas tarefas domésticas e a entender melhor sobre o conceito de casamento, que a meu ver é uma experiência encantadora, quando passada ao lado de alguém que te quer bem, te respeita, te faz sorrir, dialoga, divide, soma e te faz se sentir a cada manhã, a pessoa mais linda e amada do mundo.

Dos fatos radicais, em menos de seis meses, meus pais foram morar a mais de três mil quilômetros de distância, minha irmã se mudou para perto de mim e cuidou do meu cachorro enquanto eu convencia a síndica e meus vizinhos a deixarem meu cachorro morar comigo. Resultado, depois de mais alguns meses, meu cachorro que morava comigo e minha família, passou a morar só com minha família, depois com minha irmã e por fim, comigo e Leonardo.

Ainda em 2011 coloquei uma mochila com 12 quilos nas costas e rodei com meu marido, quatro países da América do Sul, conheci mais de 25 cidades durante um mês inteiro de férias. Conheci lugares inóspitos, dormi onde não se consegue dormir por conta do frio, conheci o que é o frio e sobrevivi à temperaturas baixíssimas e altitudes elevadas, que faziam as pessoas passarem mal, mas eu contornei as situações com hojas de coca.

Foi uma viagem tão espetacular que fica até difícil colocar no papel tudo que meus olhos captaram. Desertos, gelo, montanha, Machu Picchu, Atacama, Lago Titicaca, La Paz… e volta para casa diferente sim.

Não sou de derramar muitas lágrimas, mas 2011 foi o ano que eu mais chorei, desde 1982, quando passei da fase bebê chorão. E continuo chorando. De saudade.

Ah, também criei um blog que bem ou mal já vai fazer um ano.

Ter lidado com esses acontecimentos e encarar diversas peças que a vida prega, talvez não coubesse na bagagem de uma pessoa com um pouquinho menos de autoconfiança. Olha, nem estou me reconhecendo falando essa palavra, A U T O C O N F I A N Ç A. E quero mais dela em 2012.

Prazer, meu nome é Milena!

Sou contra chamar pessoas por apelido ou por diminuitivos do nome, isso só funciona para familiares próximos para não gerar um compromisso de no caso de um desentendimento, voltar a chamar pelo nome inteiro sem nenhum incômodo.

Creio que é antipático chamar uma pessoa a vida toda de Fred e depois da briga, caso você seja obrigada a continuar falando com essa pessoa, chegar e dizer, num tom seco, “oi Frederico, envie o balanço anual para meu e-mail.” Ou, no meu caso, chamo a minha sogra a vida inteira de Jó e de uma hora para outra ligo para a casa dela e digo, “bom dia, Joseana, a senhora me empresa sua bolsa?”. Fica chato!

Tento muito fugir dos apelidos, nem sempre se consegue já que tem nomes que é quase um afronte não considerar o seu diminuitivo. Diminuitivo esses que já tomaram o lugar da identidade. São exemplos de Leonardo (Léo), Poliana (Poli), Keitiane (Keyti), Gislene (Gil), Driele (Dri)… Tem gente que conheço, que nem o nome verdadeiro sei, como é o caso da minha bisavó Duzinha.

Minha sorte é conviver com pessoas que se chamam originalmente de Ive, Isa, Ana, nomes pequenos ou aqueles outros que dispensam apelidos, como Cosme, Alan, Nelson, Célia, Adson, Ciro.

Dando Sopa

Olha a Milena dona de casa ressurgindo das cinzas para falar sobre uma sopa deliciosa que fiz ontem. Adoro sopa, mas ainda não tinha feito no ap 302. Como eu estou pegando o bonde das dietas alheias e assumo o papel de apoiadora, fiz essa sopinha de legumes que ficou um charme.

Ingredientes:

1 cebola
2 dentes de alho
1 tomate
3 Batatas
1 ½ cenoura
Beterraba
Todos os tipos de leguminosas que tiver em sua geladeira
Coentro
Cebolinha
Ervas da sua preferência
Pequenas porções de frango cortado em cubos, ou calabresa, ou outra coisa da sua prferência

Preparo

Doure a cebola e o alho em um fio de óleo e vá jogando as verduras cortadinhas em cubo. Sem medo de ser feliz, coloque de tudo, não vai ficar ruim. Como adoro ervas e especiarias, coloquei alecrim, pimenta calabresa e salsa picada já no finalzinho do cozimento. Para fechar, coloquei uns pedacinhos de calabresa cozida, cortada em cubinhos.

Deixe esfriar um pouco e bata de leve no liquidificador. Separei uns pedaços inteiros dos legumes por que adoro mastigar.

O resultado é uma deliciosa sopa, bem consistente e altamente nutritiva. Coma ainda quente, com um azeite de oliva por cima e um pedaço de pão, no meu caso, integral.